terça-feira, 12 de julho de 2011

A hipertensão arterial

A hipertensão arterial, ou pressão alta, é um dos problemas mais comuns e graves da população mundial, pois é uma doença assintomática até fases avançadas.

Ela é causada pelo aumento na contração das paredes das artérias o que obriga o coração a fazer um maior esforço para bombear o sangue.

Achar que a pressão está alta ou normal baseado em sintomas como dor de cabeça, cansaço, dor no pescoço ou nos olhos, sensação de peso nas pernas ou palpitações, é um erro muito comum entre os hipertensos. A pressão alta não causa sintomas na imensa maioria das vezes. Quem é sabidamente hipertenso deve medi-la com freqüência. Quem não é hipertenso, mas tem histórico familiar deve sempre ficar atento e fazer os exames periodicamente.



Os níveis da pressão arterial

A pressão arterial é considerada normal quando a pressão sistólica (contração) não ultrapassa 130 e a diastólica (relaxamento) for inferior a 85 mmHg.

De acordo com a situação clínica, recomenda-se que as medidas sejam repetidas pelo menos em duas ou mais visitas clínicas.

No quadro abaixo, vemos as variações da pressão arterial normal e hipertensão em adultos maiores de 18 anos em mmHg:

SISTÓLICA

DIASTÓLICA

Nível

130

85

Normal

130-139

85- 89

Normal limítrofe

140 -159

90 - 99

Hipertensão leve

160-179

100-109

Hipertensão moderada

> 179

> 109

Hipertensão grave

> 140

> 90

Hipertensão sistólica ou máxima

No Brasil 10 a 15% da população é hipertensa. A maioria das pessoas desconhece que são portadoras de hipertensão.

A hipertensão arterial pode ser sistólica e diastólica (máxima e mínima) ou só sistólica (máxima). A maioria desses indivíduos, 95%, tem hipertensão arterial chamada de essencial ou primária (sem causa) e 5% têm hipertensão arterial secundária a uma causa bem definida.

O achado de hipertensão arterial é elevado nos obesos 20 a 40%, diabéticos 30 a 60%, negros 20 a 30% e idosos 30 a 50%. Nos idosos, quase sempre a hipertensão é só sistólica ou máxima.

Qualquer elevação na pressão já é sinal de hipertensão?

Não, pois a pressão varia em todas as horas do dia e segue um ritmo próprio, que pode ser influenciado pelo estado psicológico, hábitos e atividades cotidianas. Portanto, pode subir momentaneamente, mas depois voltar ao normal. Para ser rotulado como hipertenso, o paciente deve apresentar níveis de pressão acima dos limites da normalidade, obtidos em médias consecutivas, em duas ou mais visitas ao médico.

O Brasil e a hipertensão

Estudo do Ministério da Saúde mostra que a proporção aumenta com a idade, atingindo mais de 50% das pessoas com mais de 55 anos

Pesquisa do Ministério da Saúde mostra que a proporção de brasileiros diagnosticados com hipertensão arterial aumentou nos últimos cinco anos, passando de 21,6%, em 2006, para 23,3%, em 2010. Em relação ao ano passado, no entanto, o levantamento aponta recuo de 1,1 ponto percentual – em 2009, a proporção foi de 24,4%.

Os dados fazem parte da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) e foram divulgados nesta terça-feira (26), Dia Nacional da Prevenção e Controle da Hipertensão Arterial. O Vigitel é realizado anualmente, desde 2006, pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Núcleo de Pesquisa em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (NUPENS/USP). Em 2010, foram entrevistados 54.339 adultos, nas 26 capitais e no DF.

De acordo com a pesquisa, o diagnóstico de hipertensão é maior em mulheres (25,5%) do que em homens (20,7%). Nos dois sexos, no entanto, o diagnóstico de hipertensão arterial se torna mais comum com a idade, alcançando cerca de 8% dos indivíduos entre os 18 e os 24 anos de idade e mais de 50% na faixa etária de 55 anos ou mais de idade.

O estudo aponta que a associação inversa entre nível de escolaridade e diagnóstico é mais marcada na população feminina: enquanto 34,8% das mulheres com até oito anos de escolaridade referem diagnóstico de hipertensão arterial, a mesma condição é observada em apenas 13,5% das mulheres com doze ou mais anos de escolaridade.

“Existe uma certa estabilidade no número de hipertensos no país, em torno de 25%, considerando a população geral. Mas essa proporção dobra entre as pessoas acima dos 50 anos. Outra questão importante é o acesso à atenção primária, que justifica essa diferença entre homens e mulheres, ou seja, elas buscam mais os serviços de saúde do que eles”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

CAPITAIS – A variação entre as capitais é de 13,8%, em Palmas, a 29,2%, no Rio de Janeiro. Nos homens, as maiores frequências foram observadas no Distrito Federal (28,8%), Belo Horizonte (25,1%), e Recife (23,6%); e as menores, em Palmas (14,3%), Boa Vista (14,6%) e Manaus (15,3%).

Entre mulheres, os maiores percentuais foram no Rio de Janeiro (33,9%), Porto Alegre (29,5%) e João Pessoa (28,7%); e os menores, em Palmas (13,2%), Belém (17,4%) e Distrito Federal (18,1%).


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Pesquisa

Uma pequena enquete foi feita com 17 alunos da faculdade de farmácia da UFRJ, campus fundão. Perguntou-se a idade desses alunos e de seus parentes mais próximos (pais, avós, tios, irmãos e primos de 1º grau), se os mesmos possuíam hipertensão e se há histórico dessa doença na família.

O resultado dessa pesquisa esta expresso na tabela abaixo, e a partir dele foi possível a realização de um histograma; do teste do QUI quadrado; da reta de regressão e do intervalo de confiança.


Clique na tabela para ampliá-la

Histograma




O histograma a cima relaciona a incidência de hipertensão com a idade dos hipertensos. É possível observar que existe uma faixa etária na qual o número de casos é mais alto.



Esse histograma ainda revela a relação da porcentagem de casos de pessoas com hipertensão pelo sexo nessa enquete. Das 63 pessoas da pesquisa, 28 tinham a doença. Dessas 28, 17 era mulheres, o que corresponde a 26,98% do total de entrevistados.

Teste QUI

O teste do QUI quadrado foi feito para confirmar a hipótese de que as variáveis da 1ª tabela são independentes. Essa tabela estabelece relação do número de incidência com o fato de a pessoa entrevistada ter ou não histórico da doença na família.

Para realizar este teste é necessário calcular as freqüências esperadas.



De acordo com o resultado do teste do QUI quadrado: 0,957, ou seja, 95,7%, pode-se constatar que a hipótese de que estas variáveis são independentes é verdadeira.